Além do juízo particular, logo após a morte de cada um de nós, haverá o Juízo Universal, coletivo, no fim do mundo. Tanto o Antigo como o Novo testamento fazem referências a este assunto. O capítulo 5 do Livro da Sabedoria é inteiramente dedicado ao juízo final.
Isaías (66, 18) diz : "Eu virei recolher as suas obras e os seus pensamentos e reuni-los com todas as gentes e línguas; e eles comparecerão, todos, e verão a minha glória". Nos Atos dos Apóstolos (1, 11) vê-se que, logo após a Ascensão, foi anunciada, por dois anjos, a volta de Jesus, como juiz. S. Mateus, no capítulo 24, e S. Lucas no capítulo 21, discorrem, longamente sobre o assunto.
No juízo final, o julgamento será definitivo – depois dele haverá, somente, Céu e Inferno. O mundo, com matéria, certamente, acabará. Mas quando e como será o fim do mundo, não o sabemos. "Nem os anjos sabem".
O importante, porém, é vivermos preparados. Preparados para encontrar o Juiz, o verdadeiro Juiz de nossa vida, o Absolutamente Justo, o que penetra em nossos pensamentos, nossas intenções, sabe de nossas fraquezas e misérias.
No último dia, haverá a ressurreição da carne. Marta, irmã de Lázaro, não ignorava isso (Jo 11, 24). Jó também o sabia (19, 25), assim como os irmão Macabeus (2Mc 7, 11), Isaías (26, 19), Daniel (13, 2). E o próprio Jesus o ensinou (Mt 22, 23-33; Jo 11, 25) – e Ele mesmo, como também o predissera, no terceiro dia após a Sua morte, ressuscitou glorioso.
Jesus já está, portanto, no Céu, em corpo e alma. Junto dele, por Ter sido concebida sem o pecado original, também se encontra Maria – de quem a Igreja ensina que adormeceu (podendo Ter morrido) e, pelos anjos, foi transportada ao Céu (é a sua Assunção).
No último dia, os corpos dos justos ressuscitarão gloriosos, semelhantes ao de Jesus ressuscitado. Os justos ressuscitarão para a glória e os réprobos para o seu opróbrio. É uma questão de justiça. O homem inteiro é corpo e alma. O corpo participa de nossa vida pecaminosa ou virtuosa.
Como homens, agimos de corpo e alma. O importante é que o corpo obedeça à alma e esta obedeça a Deus. Como bons filhos, obedecendo a Deus, nada teremos a temer: a morte será o encontro com o melhor dos pais – o Pai do Céu.
Antes do fim do mundo, já julgadas em juízo particular, as almas dos defuntos aguardarão a ressurreição dos corpos. "Não foi sem razão muito harmoniosa que a Sabedoria divina decretou retribuir separadamente às almas e os corpos: já que cada alma se origina por criação direta e particular de Deus, é conveniente que a cada alma toque a sua sorte eterna logo que se torne capaz de ser julgada sobre os seus méritos e deméritos;
Lembra-nos S. Tomás que, os homens, considerados como indivíduos corpóreos, têm uma certa continuidade entre si, pois isto é próprio da corporeidade (At 17, 26). Porém, as almas, Deus as cria uma por uma; donde se seque que a glorificação simultânea das almas não é de tanta conveniência como a glorificação simultânea dos corpos. Além disso a gloria do corpo não é tão essencial quanto a da alma.
A profissão de um duplo juízo (particular e universal), não significa, pois, que Deus duas vezes sentencie o homem, mas é uma única sentença que é feita em ocasiões diferentes.
O Juízo Universal acontecerá para que tudo o que foi oculto seja posto às claras. Para a vergonha do pecador e glória do justo. Tudo o que foi encoberto será conhecido. Toda a verdade será conhecida. Por todos. Será a hora da perfeita reabilitação dos caluniados, difamados, injustiçados. Estes nada perdem por esperar. O tempo passa. O tempo é breve.
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